segunda-feira, 15 de julho de 2013

Jazz...
















Meu monstro preferido: A hidra de lerna.


Realmente, o capitalismo é um monstro como a hidra de lerna, da mitologia grega, que se cortada uma cabeça nascia outras em seu lugar, seria assim o capitalismo em suas crises contumazes, mas tem duas coisas que ele não consegue resolver mesmo parecendo eterno, e nem vai tentar, a questão da exclusão social, pois precisa da reserva de mercado e do custo baixo e lucros altos, e daí o monopólio, holding e corporações internacionais que acabam com a concorrência - Quem pode regular isso?. E ainda os problemas pós-modernos, como o extrativismo ecológico, a questão moral da biogenética, o made-yourself - impressora 3D e nanotecnologia - e a propriedade intelectual.

Hidra de Lerna 

Como a expressão "tiro no pé" está na moda, vou com dois pontos, o primeiro tiro no pé do capitalismo é apresentar produtos que são associadas ao "vida boa", como se fosse necessária para, no eudemonismo, ser feliz, e por um lado alguns não terão nunca esta possibilidade, pelo próprio conceito da reserva de mercado da mão de obra, e que se todos tivessem esta possibilidade, nós precisaríamos de diversos planetas para cobrir a "demanda", o segundo seria a facilidade em que a livre concorrência vira monopólio, pelo mesmo motivo, o lucro no spread de ações.


Dois tiros nos pés aleija qualquer um, sem atirar nas cabeças, mas para de andar.

Sem considerar realmente a crise econômica mundial, que a meu vê, advêm da política de rentismo, que não precisa de produção e menos ainda de investimento na produção, o chamado capital especulativo investe na dívida do estado, no empréstimo individual e na flutuação da moeda, lucrando para onde o barco virar - pouco se importando com o custo-Brasil, que pode até ser mais caro, mas somos uma democracia e com regras bem melhor definidas que os outros do BRIC. Temos, sim, uma crise que vem do "capitalismo de estado", no loteamento do público em prol do privado, como escola, hospitais, e transporte urbano nas cidades-negócios, e agronegócios no interior - e desta relação descende a corrupção nos lobbies e os interesses eleitoreiros e particulares dos políticos, que aborrecem os "contribuintes" e eleitores.

Outra, e que é exemplar na primavera árabe, mesmo com seus paradoxos, mas a luta do povo para se libertar, ora dos poderes teocráticos e patrimonialista internacionais e corporativos dos tempos de hoje, ora por liberdade de todas as ditaduras, e que sirvam de modelo ao mundo, e referência para nos mostrar onde já estamos, e principalmente para onde não queremos ir, ou voltar.

o0o

Mas facilmente dá para lembrar Graciliano Ramos, quando prefeito de Palmeira dos Índio em 1929, que disse em um dos seus relatórios: “Bem comido, bem bebido, o pobre povo sofredor quer escolas, quer luz, quer estradas, quer higiene. É exigente e resmungão. Como ninguém ignora que se não obtém de graça as coisas exigidas, cada um dos membros desta respeitável classe acha que os impostos devem ser pagos pelos outros”.