domingo, 20 de fevereiro de 2011

Todos os poemas têm lobos dentro VIII.

Vicie o seu cérebro...
"Cheire Sartre, fume Bakunin, beba Foucault, e reze para São Marx."

Sávio Notarangeli





E dance com Nietzsche: "EU NÃO ACREDITO EM UM DEUS QUE NÃO SAIBA DANÇAR"


Dança Primeva (Maat)

o deus a que chamais Deus não é deus
é carbono puro um diamante
que geometriza no ante-dia da luz
uma esfera de silêncio soltando pétalas de H2 e O
fazendo o seu discurso no ninho do núcleo
traçando rectas curvas portas luminosas
gotas de fogo solitários versos de chuva
brilha no centro das horas do Abismo
resplandece roda tece
o primeiro rascunho surge
uma mão pousada em Vénus outra em
Ain Sof
são de água e curvas as suas vozes
na delicada toalha de luz e pó
portas de prata os símbolos
as uvas crescem no ventre invisível de Kether
os dedos apontam os ramos das rosas
finos dedos de azeite e Sol de mãos dadas
muito antes de Mercúrio ou de Apolo
eis a linguagem primeva da Luz
com o Sonho rodando em torno do seu núcleo
uma dança de ritmo sete uma dança-prisma
cega e luminosa
de
carbono
puro.


Se tem dúvida, pergunte.

3 comentários:

  1. ...e acompanhe lupinum

    não acredito também num deus que não dança e de vez em quando, toma umas, pensando: pô, o que que nós fizemos?

    essa faz tempo...he he

    os lobos tem memória por dentro

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  2. o ponto da analogia é com o deus shiva, na dança entre criação e destruição. Tudo isso dentro da cosmologia nietzscheana.

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  3. é belo porque se cria e declina. o auge é ilusão da fração de segundo no ápice.

    toda minha memória é dividida em dois tempos: a infância e a 'maturidade';

    é fato, shiva nos diz, o ápice não há, somente um movimento de expansão e contração; não há domínios, só em nossa mente, que cria onisciências.

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