domingo, 13 de fevereiro de 2011

202 anos com cara de 22.




Ontem foi aniversário de nascimento de Charles Darwin, esqueci completamente, mesmo lendo várias blogs com tema relacionado, esqueci, culpa da degradação mental, coma alcoólico, Alzheimer, stress, demência, vida conturbada, problema pessoal...

Não tem desculpa, mas confesso que sou péssimo de datas, meus amigos que o digam, na verdade faz parte de meu estilo, meu dia é hoje, e de todos a quem vejo ou leio, com certeza é algum tipo de autismo, ou falta de concentração, sei lá. Tirando a faca de minha garganta e colocando no chão, li Darwin pela primeira vez numa coleção de banca de jornal, isso fora dos livros didático, e aquilo me fluiu, li depois "A origem...", lembro que na biblioteca da minha escola, o livro tinha saído umas duas vezes em 5 anos.

Engraçado que parecia que havia encontrado um velho amigo, aquilo me batia como água de quartinha, fresca e restauradora, de explicação simples pois "A complexidade mata", e principalmente, me tirava dos dogmas da criação e minha revolta com deus. Na verdade, meus questionamentos religiosos começaram a acontecer quando comecei a imaginar o infinito, e isso aos 14 anos não parece ser muito salutar, e ainda hoje me afeta de alguma maneira, me deixando mais confuso.

A partir dali, cai ainda numa armadilha criacionista, da sublime inteligência de Deus, de apartir de um simples acender de partícula, BANG, criou-se o mundo, e a regra. Darwin caiu nesta tentação também, "Humano, demasiadamente humano" diria o bigodudo, pelos que amava talves, pois do outro lado tudo parecia sem sentido.

Sem sentido, um caos, apenas caos disforme, e nossa lógica e razão só enxerga parcialmente, de forma míope.

Tenho tendencia ao nihilismo, ativo, direi a Nietzsche. O reducionismo é ainda para mim a maior dialética, o parto de Sócrates pela maiéutica. Reduzir, desfragmentar, desconstruir como Foucault. Não havia mais saída, a mosca azul do tsé-tsé já havia me mordido pela maravilhosa diversidade e ainda pela fantástica semelhaça na anatomia comparativa. Pronto, tudo ficou simples, mas ainda com pouco sentido. Na verdade o sentido é o instinto, ou pulsão de vida e morte, do memes de Dawkins, no DNA... Achamos o ponto de virada, o DNA.

Bom, tem ainda muitas dúvidas, e curiosidade, mas o bom é o mistério, chato é o fim quando você diz "eu sabia que era o mordomo!", não?. Na verdade não me importo mais de onde viemos, e se há uma entidade criadora intencional, deista ou teista, para mim não há, e é minha episteme, mas como existencialista eu não me importo em mudar a sua crença desde que por ela você não queira matar um outro ser vivo qualquer, a não ser pelo único motivo de se alimentar ou defender os seus. A única coisa que quero é desmontar este narcisismo antropocentrista de nós humanos, que achamos que somos o pináculo evolutivo, humpf!

Vieram outros: Goeldi, Castanheda,Sagan, Sartre, Jesus (Surpresa!), Cousteau, Niet, Camus, Thoreau, Dosto, JGould, Dawkins, vários. Não vou apontar mais para não esquecer ninguém... Mas ele, CD, foi o que me desmontou. E assim, com cara de um bom velhinho inofesivo, mudou todos das gerações depois, colocou irmão contra irmão, e simplemente porque gostava da natureza e de seu trabalho, sendo fiel aos dois.

Ele é o maior anarquista subversivo que eu conheço, e admiro. Parabéns, e obrigado!


Desculpem esse pobre estúpido, bati o texto de primeira, e deve ter erros e lacunas. A minha grande sorte é que ELAS "só querem se divertir".