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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Só rosnando.



"A única forma de aprender é questionando o que se ensina [...] O homem não é nada se não for um contestador." 

Sartre

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Dança no abismo.

"Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você."

Nietzsche.

Agir fora do que determina o social, parecer com o monstro que combate, e ainda escolher o lado certo, agir com virtude, usar as ferramentas erradas, com as intenções certas, ao limite da insanidade, ao limite do desequilíbrio, e ainda assim, "se enganado, não mentir ao mentiroso", usar toda sua fúria para agir da maneira certa, seu ódio sublima na escolha que não há outra maneira, senão, escolher por toda humanidade. E assim, mesmo assim, conservar o coração puro. É impossível sem o desapego, sem o impassível ascetismo da negação do egoísmo, ascetismo como o de Cosme de Calvino, e de apenas desejar a justiça, "Com manobras de amor no precipício".



domingo, 4 de setembro de 2011

McCord e Nietzsche.





"Na afirmação da morte ele se inventa, nada esta estabelecido. Nem a moral, nem deus, nem seu pai, nem o professor, nem o estado o determina, e sim, o momento supremo, aquele em que sua vontade é estabelecida, no enfrentamento. E nesse instante supremo, no seu gesto, ele enfrenta tudo que lhe é contraditório.", e assim escolhe, o sangue em sua farda o inventou novamente.





Especial Nietzsche - Viviane Mosé - Café Filosófico

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Onde está Clark Kent?


O homem é a ponte para o super-homem, então o meio da transmutação dos valores é o homem, mas em quê este homem deve mudar, o que é o dever-ser?

Nietzsche coloca que a moral, bom e mal, vem da dualidade de Sócrates, quando definiu o "filósofo submisso", onde tudo deveria ser valorado no divino, a partir do mundo das idéias que é perfeita e onde nasce a razão, e que associava o bom ao nobre, o aristocrático, ao apolíneo.

E sendo então invertido pela visão judaico-cristã, que a deturpa, onde o bom é o fraco, e nascendo do pensamento "tu és mau, logo eu sou bom".

Nietzsche então diz que "o instinto é uma força afirmativa e criadora.", afirma dionisicamente a vida, e retirou da metafísica o valor, e que a existência do homem é multiplicidade e estas idéias na consciência é interpretada por sinais, e não no que é certo ou errado, verdadeiro ou falso.

Mas na negação da vida, pelo niilismo, a vontade de potência se torna dominação, esta má consciência, mostra o quanto podemos ser impuro, e a vida não sendo o valor supremo, seria um erro, pois os homens não são iguais e vencerá "o tirano em nós". E vencendo a razão e nossa consciência.

E é ingênuo crer que os homens têm boas disposições para com os outros. “Os homens só nutrem qualquer tipo de sentimento, bom ou mau, favorável ou desfavorável, por aqueles que lhe são de alguma forma próximos”.

Como então decidir por toda humanidade sem mudar estes conceitos?

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Tim Hetherington' movie.

Diary (2010) from Tim Hetherington on Vimeo.

Enquanto isso em Misurata, Líbia - In memorian.


"When I give talks or lectures people often ask me my personal feelings about war, usually I dodge the question. Sometimes I say that I don't expect my pictures to stop wars, but rather I hope they help citizens to understand what going to war means. On that level at least, I think the Tal Afar pictures fulfill my goals as a photographer; for they shine a rare and unsparing light onto war's brutal-yet-routine realities. And people should know about them."

‎"Exultant Commander" - MONROVIA, LIBERIA - JULY 2 - CRIS HONDROS - March 14, 1970 – April 20, 2011*.







"For me, the utility of my work is very important," he said, "Where can we push documentary? where can we put it? because for me, that's what differentiates me from an artist.".

Liberia Retold - LIBERIA - TIM HETHERINGTON - 5 December 1970* - 20 April 2011+.




Minhas saudações a estes olhos enganjados, propostos em nos mostrar o mundo, duro mundo, diferente das propagandas de refrigerantes e celulares...

Sexta-feira da paixão+Earth day.

Não há melhor dia para mostrar isto novamente, preste atenção ao que ele disse em 1996, e lembre de Realengo, kosovo, 11 de setembro, de gatos e pessoas, etc...

Bom, eu tenho apenas esperança...

Como ele diz, Sartre afirma que nada pode mudar o mundo se não for vontade de todos. Não desse jeito, não foi assim que eles falaram... mas bem que me parece.


terça-feira, 1 de março de 2011

Pela liderança da matilha V.





"Ai, ai! Ai, ai! Vou chegar atrasado demais!"

Dizia o Coelho branco, em "As aventuras de Alice no país das maravilhas".

domingo, 30 de janeiro de 2011

Pela liderança da matilha II.

Muros da ditadura, reais e imaginários.

Segundo os dois autores [Juan Linz e Alfred Stepan em “A Transição e Consolidação da Democracia – a experiência do Sul da Europa e da América do Sul”.] que citei acima, uma prosperidade econômica prolongada em um regime autoritário também pode minar os fundamentos de autojustificação do regime. O sucesso econômico prolongado pode contribuir para a percepção de que as medidas coercivas de exceção, adotadas pelo regime não-democrático, não são mais necessárias e podem vir a ser um mal para as conquistas já alcançadas. Crescimento econômico também pode elevar o custo da repressão, facilitando assim a transição para a democracia. Por exemplo, aumento da classe média, expansão da educação e contato com outras sociedades pelos veículos de comunicação.
No Blog do Sakamoto,sobre o Egito.

A informação é inimiga da ditadura, a educação também. Elas promovem o crescimento econômico e social. Mas, de todos os regimes autoritários o mais resistente é o que se esconde atrás de necessidades, da demagógica e escusa criação de necessidades, de um conformismo com as tragédias humanas e com os ensejos apenas individuais.

Já que a informação e a educação são etéreas e é sem valor axiológico determinado, podem ser usadas como a energia atômica, para o bem ou mal. O que nos faz escolhermos um lado ou outro da faca? A dor? O medo? A empatia com o sofrimento alheio? O altruísmo? O prazer?

Não sei. O que usar como referência?

Tudo faz pressão, mas são como falsos nortes, falham em algum momento e nos levam ao erro, como afirma Locke, "O erro não é uma falta de nosso conhecimento, mas um equívoco de nosso julgamento, assentindo a algo que não é verdadeiro". Alguns autores existencialistas colocam que a liberdade e as escolhas são a semente da miséria, pois toda escolha é errada, por não existir sinais no mundo. E o que criaria a falta destes sinais senão o absurdo?. Sartre diz que é preciso escolher mesmo sem referência, como em "A Náusea" tudo é gratuito e sem sentido, e não podemos agir por má-fé, em fuga destas escolhas. Angústia e náusea, então.

Portanto, mesmo com poucos lugares justos, só reconhecendo outro humano como "irmão" na existência, e do seu direito fundamental a vida, é que começo a entender onde podemos chegar. E assim agir por toda a humanidade. Ora, só assim mataremos o assassino do homem.

Lugar comum? Talvez... Precisa ser incomum?



"No Matter Where, No Matter How Tall, All Walls Fall."
No muro israelita, no lado palestino.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Pela liderança da matilha I.

A meia-noite ele chegou, no horário dos boêmios. A sua silhueta passou por minha porta ainda aberta. Trazia já pelo meio a garrafa de whisky, e um copo sem gelo na outra mão.

Não o encarei, já sabia quem era, e ele sabia usar aquele estranho olhar quando queria. E eu não queria falar com ele, mas nada podia fazer.

Caiu sobre meu sofá com um ar fúnebre.

- Tá na fase pesada novamente? Apontei para a garrafa.
- Nunca sai... Disse ele carregado de embriaguez e do sotaque francês.
- Isso lhe matou! Retruquei, mas sabendo do meu pecado.
- Dizem que o cigarro mata antes! Acendeu um cigarro, que iluminou seu rosto, seus óculos e o olhar reconhecível em qualquer lugar.

A fumaça encheu minha sala, na TV passava algum documentário sobre engenharia, e deixou azul o vaporado. Ele simplesmente começou a falar:

- Fico perguntado o que você não entendeu, e o que aconteceu com todo aquele impeto que você tinha, agora você vive nesta roda viva de ganhar dinheiro para sobreviver. O engajamento pede e merece sacrifício! Tentei retrucar e ele levantou o copo, pedindo para parar.
- Você vai dizer que só tem adversários e não inimigos, eu sei... Eles usam agora da mesma tática de Goebbels, e sorriem enquanto infiltram em sua mente, mas já não seria aí uma inimigo? Não, você nem sabe por onde começar, você parece que ficou cansado, a vida chutou essa sua bunda e você não fez nada com o que lhe deram.
- Mas...
- Não! Você é produto de tudo que escolheu, você sabe disso, e que besteira é esta que o inferno são os outros?! As suas escolhas são suas, e era isso que o bigodudo cobrava, e não que todas as verdades são certas, mas você preferiu se embriagar e reclamar como o Hank! Um labirinto de canos...
- Nem tocar um instrumento você aprendeu! Tomou o resto do whisky do copo.
- Depois dos Beatles e os clássicos, fiquei sem graça! Pausa eterna.
- Ahh, você ficou muito bom em dá desculpas! Isso sim! Nunca tentou escrever?
- Não... Tentei, mas erro em lógica e gramática.
- Você não lia Shakespeare, Tolstoi, Fiodor, Dante, Thoreau, Kant?! Germinal! Droga, você leu Germinal. Você leu Steinbeck!! O que ficou?! Outra eternidade de pausa.

Levantou-se, e parado, olhando para mim, praguejou:

- Não foi para homens como você que eu escrevi.

Hoje realmente eu não queria falar com ele. Tentei tomar a garrafa enquanto ele sai, não tinha nada para beber na geladeira nem na estante. Nem um bar aberto nesta segunda maldita.

- Hoje você não vai ter nenhum alento! Disse ele.

E saiu, como chegou. Deixou-me nocauteado, sua esquiva e o direto no fígado estão perfeitos.
O que falar para um homem em que dizem que escreveu um livro baseado num copo de cerveja.