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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Cumulado está.

 
Ache a sua religião e xingue a dos outros.


Um Homem Realizado
 
Ao indivíduo acostumado ao íntimo das profundidades, o «mistério» não intimida; não fala dele e não sabe o que seja: vive-o... A realidade em que se move não comporta outra: não tem uma zona inferior nem um além: está abaixo de tudo e para além de tudo. Farto de transcendência, superior às operações do espírito e às servidões que se lhe associam, repousa na sua curiosidade inexaurível...

Nem a religião nem a metafísica o intrigam: o que poderia sondar ele que se encontra já em pleno insondável? Cumulado, está-o sem dúvida; mas ignora se continua a existir.
 
Afirmamo-nos na medida em que, por trás de uma realidade dada, perseguimos uma outra e em que, para além do próprio absoluto, continuamos à procura. A teologia detém-se em Deus? De maneira nenhuma. Quer remontar mais alto, tal como a metafísica que, ao mesmo tempo que investiga a essência, não se digna fixar-se nela. Uma e outra temem ancorar num princípio último; passam de segredo em segredo; incensam o inexplicável e abusam dele sem pudor. O mistério, que oferenda!
 
Mas que maldição pensar tê-lo atingido, imaginar que o conhecemos e que poderemos residir nele! Já não há que procurar: aí está ele, ao alcance da mão. Da mão de um morto.

Emil Cioran, in 'Raivas e Resignações'.



sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Homens Tubarões.


Foto: Alexander Safanov


Se Os Tubarões Fossem Homens

Bertold Brecht

Se os tubarões fossem homens, eles fariam construir resistentes caixas do mar, para os peixes pequenos com todos os tipos de alimentos dentro, tanto vegetais, quanto animais.

Eles cuidariam para que as caixas tivessem água sempre renovada e adotariam todas as providências sanitárias, cabíveis se por exemplo um peixinho ferisse a barbatana, imediatamente ele faria uma atadura a fim que não morressem antes do tempo.

Para que os peixinhos não ficassem tristonhos, eles dariam cá e lá uma festa aquática, pois os peixes alegres tem gosto melhor que os tristonhos.

Naturalmente também haveria escolas nas grandes caixas, nessas aulas os peixinhos aprenderiam como nadar para a guela dos tubarões.

Eles aprenderiam, por exemplo a usar a geografia, a fim de encontrar os grandes tubarões, deitados preguiçosamente por aí. aula principal seria naturalmente a formação moral dos peixinhos.

Eles seriam ensinados de que o ato mais grandioso e mais belo é o sacrifício alegre de um peixinho, e que todos eles deveriam acreditar nos tubarões, sobretudo quando esses dizem que velam pelo belo futuro dos peixinhos.

Se encucaria nos peixinhos que esse futuro só estaria garantido se aprendessem a obediência.

Antes de tudo os peixinhos deveriam guardar-se antes de qualquer inclinação baixa, materialista, egoísta e marxista e denunciaria imediatamente aos tubarões se qualquer deles manifestasse essas inclinações.

Se os tubarões fossem homens, eles naturalmente fariam guerra entre sí a fim de conquistar caixas de peixes e peixinhos estrangeiros.

As guerras seriam conduzidas pelos seus próprios peixinhos. Eles ensinariam os peixinhos que entre eles os peixinhos de outros tubarões existem gigantescas diferenças, eles anunciariam que os peixinhos são reconhecidamente mudos e calam nas mais diferentes línguas, sendo assim impossível que entendam um ao outro.

Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos da outra língua silenciosos, seria condecorado com uma pequena ordem das algas e receberia o título de herói.

Se os tubarões fossem homens, haveria entre eles naturalmente também uma arte, havia belos quadros, nos quais os dentes dos tubarões seriam pintados em vistosas cores e suas guelas seriam representadas como inocentes parques de recreio, nos quais se poderia brincar magnificamente.

Os teatros do fundo do mar mostrariam como os valorosos peixinhos nadam entusiasmados para as guelas dos tubarões.

A música seria tão bela, tão bela que os peixinhos sob seus acordes, a orquestra na frente entrariam em massa para as guelas dos tubarões sonhadores e possuídos pelos mais agradáveis pensamentos .

Também haveria uma religião ali.

Se os tubarões fossem homens, ela ensinaria essa religião e só na barriga dos tubarões é que começaria verdadeiramente a vida.

Ademais, se os tubarões fossem homens, também acabaria a igualdade que hoje existe entre os peixinhos, alguns deles obteriam cargos e seriam postos acima dos outros.

Os que fossem um pouquinho maiores poderiam inclusive comer os menores, isso só seria agradável aos tubarões pois eles mesmos obteriam assim mais constantemente maiores bocados para devorar e os peixinhos maiores que deteriam os cargos valeriam pela ordem entre os peixinhos para que estes chegassem a ser, professores, oficiais, engenheiro da construção de caixas e assim por diante.

Curto e grosso, só então haveria civilização no mar, se os tubarões fossem homens.



domingo, 6 de janeiro de 2013

A vida seria um barco bêbado.


Lunch on the Boat Artist: . 1898, Spain, Impressionism


O BARCO BÊBADO


(Arthur Rimbaud)

Como eu descia pelos rios impassíveis,
senti-me libertar de meus rebocadores.
Tomaram-nos por alvo os índios irascíveis
e pregaram-nos nus aos postes multicores.

Já não me preocupava a carga que eu trazia,
fosse o trigo flamengo ou o algodão inglês.
Quando dos homens se acabou a gritaria,
pelos rios voguei, liberto de uma vez.

Ante o irado ranger das marés, me lancei,
mais surdo que infantis cabeças, no outro inverno,
fugindo! E para trás penínsulas deixei
que jamais viram tão glorioso desgoverno.

A procela abençoou meu despertar marinho,
dancei como cortiça entre vagas e atóis,
que fazem vítimas no eterno redemoinho,
dez noites, sem pensar no olho vão dos faróis.

Doce como a maçã na boca de um menino,
meu lenho se encharcou do verde turbilhão,
que um caos de vômito e de vinho purpurino
lavou, e destroçou meu leme e meu arpão.

E mergulhei então no Poema do Mar,
todo de astros mesclado, e leitoso, a beber
os azuis verdes, onde, a flutuar e a sonhar
um absorto afogado às vezes vai descer;

onde, a tingir de um golpe o azul, à luz safira
dos dias, ritmos arrastados e delírios,
mais fortes que a embriaguez e mais vastos que a lira,
fermentarão do amor os amargos martírios.

Sei os céus a estalar de clarões, sei as trombas,
correntes e monções: e sei o anoitecer,
a exultante manhã qual um povo de pombas,
e vi por vezes o que o homem julgou ver.

Vi o sol-pôr manchado a místicos horrores,
iluminando longas urnas arroxeadas;
como dos mais antigos dramas os atores,
as ondas a rolar à distância, encrespadas.

Sonhei a noite verde entre neves radiosas
dar aos olhos do mar mil beijos hesitantes;
vi a circulação de seivas misteriosas
e o áureo-azul despertar dos fósforos cantantes.

Longos meses segui, tal como vacarias
histéricas, o ardor das ondas contra a areia;
sem suspeitar que os pés brilhantes das Marias
pudesse apaziguar o Oceano que se alteia.

Atingi, sabei vós, Flóridas escondidas,
os olhos da pantera ajuntando às floradas,
com pele humana. E tenso o arco-íris, como bridas,
no horizonte do mar, quais alegres manadas.

Vi fermentar pauis enormes e lameiros,
onde apodrece um Leviatã entre os juncais;
e entre bonanças desabar furiosos aguaceiros,
despencando o longínquo em golfos abismais!

Gelos, argênteos sóis, ondas, céus abrasantes!
Encalhes colossais nos mais fundos negrumes,
onde o piolho come as serpentes gigantes
que tombam da galhada entre negros perfumes.

Desejara mostrar às crianças as douradas
da onda azul, peixes de ouro, esses peixes cantantes
– a espuma toda em flor ninou minhas jornadas
e um inefável vento alou-me por instantes.

Das zonas e do pólo, às vezes, mártir exausto,
o mar, cujo soluço as fugas me adoçava,
dava-me flores de ouro e de sombrio fausto,
e eu, como uma mulher de joelhos, descansava.

Quase ilha, a balançar gritando às minhas bordas

rixas e estrumes de aves de olhos afogueados;
eu ia, enquanto pelas minhas tênues cordas
desciam, recuando, ao sono os afogados.

Eu, barco naufragado entre as marinhas tranças
pelos tufões aos ermos do éter arrojado,
cujo casco ébrio de água os veleiros das Hansas
e os Monitores não teriam resgatado;

livre, a fumar, envolto em brumas violetas,
que perfurava o céu vermelho como um muro,
que traz – confeitos deliciosos aos bons poetas –
liquens do sol e cusparadas do azul-escuro;

prancha louca, a correr entre uma escolta preta
de hipocampos, rajada a estrias resplendentes,
quando julho esboroava a golpes de marreta
do céu ultramarino os funis comburentes;

eu, que tremia, ouvindo a distante agonia
do cio dos Behemots e dos Maelstroms estreitos,
eterno tecelão da azul monotonia,
lamento a Europa dos antigos parapeitos!

Arquipélagos vi do firmamento! e as ilhas
onde em delírio os céus se abrem ao viajor,
é nessas noites que tu dormes e te exilas,
ó milhão de aves de ouro, ó futuro Vigor? –

Mas, não, chorei demais! Magoam-me as auroras.
Todo sol é dolente e amargo todo luar.
O acre amor me fartou de torpores, demoras.
Oh, que meu casco estale! Oh, que eu me lance ao mar!

Se desejo da Europa uma água, é a poça estreita,
negra e fria, onde à luz de uma tarde violeta
um menino agachado, entre tristezas, deita
seu barquinho, a oscilar como uma borboleta.

Imerso em languidez, não posso transcender
o rastro, ó vagas, dos que levam algodões,
nem dos pendões o orgulho e das velas vencer,
nem já nadar sob o olho horrível dos pontões.

(Tradução de Renato Suttana)


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Saudação Lupina: Manoel de Barros.


*Cuiabá (MT) no Beco da Marinha, beira do Rio Cuiabá, em 19 de dezembro de 1916


"Quem anda no trilho é trem de ferro, sou água que corre entre pedras: liberdade caça jeito."
Manoel de Barros

Parabéns, poeta!

http://palavrassimpaticas.wordpress.com/category/poesia-manoel-de-barros/

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A que serve a ecologia.


“É precisamente no terreno da ecologia que podemos delinear 
a demarcação entre a política da emancipação e a
política do medo na sua forma mais pura. De longe, a versão predominante
da ecologia é a da ecologia do medo – medo da catástrofe, humana ou
natural, que pode perturbar profundamente ou mesmo destruir a
civilização humana. Essa ecologia do medo tem todas as oportunidades de
se converter na forma ideológica predominante do capitalismo global, um
novo ópio das massas que sucede o da religião. Assume a função
fundamental da religião, aquela de impor uma autoridade inquestionável
que estabelece todo limite. Apesar de os ecologistas exigirem
permanentemente que mudemos radicalmente nossa forma de vida, é
precisamente isso que subjaz a essa exigência no seu oposto, isto é, uma
profunda desconfiança em relação à mudança, em relação ao
desenvolvimento, em relação ao progresso: cada transformação radical
pode conter a consequência inestimada de detonar uma catástrofe. É
exatamente essa desconfiança que converte a ecologia em um candidato
ideal para tomar o lugar de uma ideologia hegemônica, pois faz eco da
desconfiança em relação aos grandes atos coletivos.” 

Trecho entrevista de Zizek para revista Unisinos.



 http://scienceblogs.com.br/discutindoecologia/2011/05/slavoj_zizek_e_o_movimento_
amb/






Acho que a cissão com natureza é temerária, colocar a cultura, e no fim a ciência, como possibilidade de distanciamento daquela, acreditando que seria a única forma de romper a inserção do homem no natural, a última consequência, seria afirmar a dicotomia, na procura da imortalidade.

Mas é no contra-ponto, na necessária ilusão que vivemos para entender a realidade que quero me ater, é nisso que se afirma o homem, e daí vem o sentido, mesmo que temporário da sua vida, e isso não pode ser tirado, mesmo diante da tragédia, mesmo da impossibilidade de vence-la. A ousadia dele seria cobrar essa afirmação, sem ser tolhido por qualquer moral ou ideologial, seja cultural ou natural, acho que aí que está o seu incentivo.


Ainda neste ponto, coloco a questão social, a vida em sociedade foi condição natural, até mesmo a partir dos instintos, para sobrevivermo na natureza, não como inimiga, mas como ambiente, como cenário de nosso ato. Assim, mesmo com a tragicidade da vida, há de se ter alguma resistência, se não pela tentativa de se vencer o fenômeno, que seja pelo menos para reduzir suas sequelas, senão nem importa a ciência, bastaria nos entregarmos ao destino. E não foi assim que aqui chegamos.

No final, o que temos mesmo é nossa cultura, e uma certa responsabilidade por sermos testemunha de toda diversidade, de toda impossibilidade, considerando o instante de equilíbrio casual,e de alguma forma, não sermos o estopim de qualquer coisa que antecipe a nossa destruição. Chegar ao abismo sem inicialmente querer saltar.

domingo, 8 de julho de 2012

Feno para cavalos.





Feno para os cavalos


Gary Snyder


Ele guiava metade da noite
De muito abaixo de San Joaquin
Através de Mariposa, subindo as
Estradas perigosas do morro,
E arribou pelas 8 da manhã
Com seu baita carreto de feno
atrás do celeiro. 
Com guinchos e cabos e braço
Empilhamos os fardos em cima
De vigas de sequóia espaçadas
Alto na sombra, flocos de alfafa
Rodando pelas telhas-frestas de luz,
Comichar da poeira do capim seco na
camisa suada e nos calçados.
No horário do almoço sob o carvalho
Na entrada do estábulo abafado,
---A égua velha fuçando no cocho,
Gafanhotos ziziando nos matos---
"Eu tenho sessenta e oito" disse ele
"Na primeira carga de feno eu tinha dezesseis.
Eu pensei, naquele dia em que começava,
Por certo odiaria fazer isto toda a vida.
E dane-se, não foi mais nada
O que eu fui e fiz."


Tradução Adriandos Delima




sábado, 23 de junho de 2012

Imortalidade.

Turritopsis dohrnii


Imortalidade


"Um dia, dirão: "Bukowski está morto", e daí serei verdadeiramente descoberto e pendurado em fedorentos e brilhantes postes de luz. E daí? A imortalidade é uma estúpida invenção dos vivos. Não estou competindo com ninguém, não tenho ilusões com a imortalidade, não estou nem aí pra ela. É a ação enquanto você está vivo. Os partidores se abrindo na luz do sol, os cavalos mergulhando na luz, todos os jóqueis, bravos e pequenos diabos em sua seda brilhante, indo fundo, fazendo acontecer. A glória é o movimento e a audácia. Que a morte se foda. É hoje o que importa. É hoje e hoje. Sim."
Charles Bukowski.


Não, Hank, a imortalidade já tinha sido inventada antes dos homens.

domingo, 8 de abril de 2012

Nada, nada existe.



Dream the dreams of other men
 You'll be no one's rival
Dream the dreams of others then
You will be no one's rival.




domingo, 26 de fevereiro de 2012



"A não existência não pode ser consciente da existência."
Saramago

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Homem de nada II.

 Saturno devora seus filhos, Goya.

"Nós que viemos da loucura, do caos, do nada, e nos reconhecemos aqui, e apreendemos as idéias dos outros homens e da ideologia existente e ainda nos tornamos vazios, homens de nada.

Lembro, então, que quem contesta é o indivíduo, sujeito a humores, movido a suas vísceras e ideais. E como diz Wallerstein, é mesmo assim, nestes tempos de superestrutura que se enraíza o determinado, e se ajusta quando empurrado em suas colunas, e então moe carne de homens contestadores, como o Saturno de Goya. Mas é quando esta estrutura entra em colapso, que sobressai o novo homem, e novo não quer dizer melhor, mas então, creio que só um homem livre pode entender de liberdade.

Livre da ideologia imposta, da moral da comiseração e crendo na empatia da diversidade, esse homem pode construir algo, sob ideais de igualdade, da verdadeira democracia e na diversidade .

Esse seria um caminho, homem de nada?".

Harry Dirt
 

"Talvez a miséria tenha chegado. Não se pode viver da própria alma. Não se pode pagar o aluguel com a alma. Experimente fazer isso um dia. É o início do Declínio e a Queda do Ocidente, como Splenger dizia. Todo mundo é tão ganancioso e decadente, a decomposição realmente começou. Eles matam gente aos milhões nas guerras e dão medalhas por isso. Metade das pessoas deste mundo vai morrer de fome enquanto a gente fica por aí sentado vendo TV."
          Charles Bukowski.
 
 


domingo, 12 de fevereiro de 2012

203 anos de nascimento.


Aniversário de nascimento de Darwin, 203 anos.

"I should premise that I use the term Struggle for Existence in a large and Metaphorical Sense, including dependence of one being on another, and including (which is more important) success in leaving progeny."

Charles Darwin.
http://ecologia.ib.usp.br/ffa/arquivos/abril/darwin1.pdf

sábado, 26 de novembro de 2011

Mahatma.


Impressiono me com a força de vontade de Mahatma Gandhi, mesmo em seu esqúalido e frágil corpo, consegue desenvolver o conceito de força na não violência e desobediência civil, transcendendo a questão física pela sua força de vontade e otimismo na humanidade.




segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Why do they always send the poor?


...
Why do they always send the poor?

Barbarisms by Barbaras
With pointed heels
Victorious victories kneel
For brand new spankin' deals
Marching forward hypocritic and
Hypnotic computers
You depend on our protection
Yet you feed us lies from the tablecloth
Everybody's going to the party have a real good time
Dancing in the desert blowing up the sunshine
...

B.Y.O.B. S.O.A.D.

domingo, 13 de novembro de 2011





"O Ser é diferença, elevada à dignidade de universal."
Christian Dunke, na orelha de "Visão em paralaxe" de Slavoj Zizek.



segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Saudações Lupinas: Drummond.

Itabira, 31 de Outubro de 1902 * a Rio de janeiro, 17 de Agosto de 1987+


"O homem vangloria-se de ter imitado o vôo das aves com uma complicação técnica que elas dispensam."