"Um filhote de lobo será sempre lobo, ainda que criado entre os filhos do homem." Ditado Sufi.
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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
Bello Horror!
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Alexandre Magnos Gomes
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terça-feira, 15 de outubro de 2013
Um mundo póstumo.
"Fotógrafo registra tribos e comunidades remotas prestes a se extinguir"
O fotógrafo britânico Jimmy Nelson desenvolveu um trabalho maravilhoso e póstumo, visite:
Na foto são mulheres Himbas no deserto, elas pertencem a um grupo étnico de aproximadamente 20.000 a 50.000 pessoas que vivem no norte da Namíbia, na região de Kunene.
Comovente.
Comovente.
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Alexandre Magnos Gomes
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domingo, 13 de outubro de 2013
Another brick?
Quando fazia universidade, em alguns dias da semana, passava um cara em um bugre tocando sempre a mesma música bem alta, acho que ele "cronometrava" para estacionar o carro no pátio das salas tocando-a, na sua frase de efeito - All in all you're just another brick in the wall - para mim a letra era óbvia, simples como uma letra de rock deve ser - e era profunda, mas duas coisas ajustaram-na em minha cabeça, não só pela opressão da educação da letra, nosso primeiro contato com o fascismo, mas como nos tornamos mais um tijolo, cegos e bem adestrados, deste muro de interesses escusos.
E mais três coisas me jogaram adiante, Zola em Germinal, Salinger em O caçador nos campos de centeio e Foucault em vigiar e punir, na visão social... Gogh como estética de um pintor que não vendeu um quadro em vida, e a Thoreau em A Desobediência Civil - que inspirou Gandhi, indicado por Tolstói, e Steinbeck em Vinhas da ira, na visão política.
Então, não é o que eu fiz que fez pensar diferente, mas o que os outros fazem que me faz pensar diferente, como aquele cara em alguma manhãs, no seu carro e seu drama - sei lá qual era, mas que não queria ser mais um tijolo no muro de uma sociedade montada na modernidade, e ajustada como trilho, e que só repete seu mantra enganador, e nos observando.
Falo isso não para afrontar os que pensam diferente de mim, mas para mostrar aos que pensam parecido que vocês não estão só. Como fez o cara do bugre e eu não o disse, que pensava parecido, e sorte que nesta vida encontrei vários assim, uma legião, e espero que ele tenha tido a mesma sorte.
E mais três coisas me jogaram adiante, Zola em Germinal, Salinger em O caçador nos campos de centeio e Foucault em vigiar e punir, na visão social... Gogh como estética de um pintor que não vendeu um quadro em vida, e a Thoreau em A Desobediência Civil - que inspirou Gandhi, indicado por Tolstói, e Steinbeck em Vinhas da ira, na visão política.
Então, não é o que eu fiz que fez pensar diferente, mas o que os outros fazem que me faz pensar diferente, como aquele cara em alguma manhãs, no seu carro e seu drama - sei lá qual era, mas que não queria ser mais um tijolo no muro de uma sociedade montada na modernidade, e ajustada como trilho, e que só repete seu mantra enganador, e nos observando.
Falo isso não para afrontar os que pensam diferente de mim, mas para mostrar aos que pensam parecido que vocês não estão só. Como fez o cara do bugre e eu não o disse, que pensava parecido, e sorte que nesta vida encontrei vários assim, uma legião, e espero que ele tenha tido a mesma sorte.
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Alexandre Magnos Gomes
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segunda-feira, 9 de setembro de 2013
Cumulado está.
Ache a sua religião e xingue a dos outros.
Um Homem Realizado
Ao indivíduo acostumado ao íntimo das profundidades, o «mistério» não intimida; não fala dele e não sabe o que seja: vive-o... A realidade em que se move não comporta outra: não tem uma zona inferior nem um além: está abaixo de tudo e para além de tudo. Farto de transcendência, superior às operações do espírito e às servidões que se lhe associam, repousa na sua curiosidade inexaurível...
Nem a religião nem a metafísica o intrigam: o que poderia sondar ele que se encontra já em pleno insondável? Cumulado, está-o sem dúvida; mas ignora se continua a existir.
Nem a religião nem a metafísica o intrigam: o que poderia sondar ele que se encontra já em pleno insondável? Cumulado, está-o sem dúvida; mas ignora se continua a existir.
Afirmamo-nos na medida em que, por trás de uma realidade dada, perseguimos uma outra e em que, para além do próprio absoluto, continuamos à procura. A teologia detém-se em Deus? De maneira nenhuma. Quer remontar mais alto, tal como a metafísica que, ao mesmo tempo que investiga a essência, não se digna fixar-se nela. Uma e outra temem ancorar num princípio último; passam de segredo em segredo; incensam o inexplicável e abusam dele sem pudor. O mistério, que oferenda!
Mas que maldição pensar tê-lo atingido, imaginar que o conhecemos e que poderemos residir nele! Já não há que procurar: aí está ele, ao alcance da mão. Da mão de um morto.
Emil Cioran, in 'Raivas e Resignações'.
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Alexandre Magnos Gomes
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domingo, 8 de setembro de 2013
Esteja atento.
The Laughing Heart
Sua vida é a sua vida.
Não deixe que ela seja esmagada na fria submissão.
Esteja atento.
Existem outros caminhos.
E em algum lugar, ainda existe luz.
Pode não ser muita luz, mas ela vence a escuridão.
Esteja atento.
Os deuses vão lhe oferecer oportunidades.
Conheça-as.
Agarre- as.
Você não pode vencer a morte, mas você pode vencer a morte durante a vida, às vezes.
E quanto mais você aprender a fazer isso, mais luz vai existir.
Sua vida é a sua vida.
Conheça-a enquanto ela ainda é sua.
Você é maravilhoso, os deuses esperam para se deliciar em você.
Sua vida é a sua vida.
Não deixe que ela seja esmagada na fria submissão.
Esteja atento.
Existem outros caminhos.
E em algum lugar, ainda existe luz.
Pode não ser muita luz, mas ela vence a escuridão.
Esteja atento.
Os deuses vão lhe oferecer oportunidades.
Conheça-as.
Agarre- as.
Você não pode vencer a morte, mas você pode vencer a morte durante a vida, às vezes.
E quanto mais você aprender a fazer isso, mais luz vai existir.
Sua vida é a sua vida.
Conheça-a enquanto ela ainda é sua.
Você é maravilhoso, os deuses esperam para se deliciar em você.
Charles "Hank" Bukowski.
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segunda-feira, 26 de agosto de 2013
MYM
Mind Your Manners: Pearl Jam em sua essência.
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Alexandre Magnos Gomes
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domingo, 17 de fevereiro de 2013
Historia do mundo - (West-centric).
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Alexandre Magnos Gomes
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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
Subversivo.
Aaron Swart *Chicago, 8 de novembro de 1986 +Nova Iorque, 11 de janeiro de 2013
Não tenho nada para falar deste subversivo, não mais que a Jornalista Eliane Brum.
– Eu sinto fortemente que não é suficiente simplesmente viver no mundo como ele é e fazer o que os adultos disseram que você deve fazer, ou o que a sociedade diz que você deve fazer. Eu acredito que você deve sempre estar se questionando. Eu levo muito a sério essa atitude científica de que tudo o que você aprende é provisório, tudo é aberto ao questionamento e à refutação. O mesmo se aplica à sociedade. Eu cresci e através de um lento processo percebi que o discurso de que nada pode ser mudado e que as coisas são naturalmente como são é falso. Elas não são naturais. As coisas podem ser mudadas. E mais importante: há coisas que são erradas e devem ser mudadas. Depois que percebi isso, não havia como voltar atrás. Eu não poderia me enganar e dizer: “Ok, agora vou trabalhar para uma empresa”. Depois que percebi que havia problemas fundamentais que eu poderia enfrentar, eu não podia mais esquecer disso.
Não tem mais o que falar...
A não ser: "Escutem aqui, vermes!!! Vocês não são especiais. Vocês não são um belo ou único floco de neve. Vocês são feitos da mesma matéria orgânica em decomposição como tudo no mundo." Clube da luta.
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Alexandre Magnos Gomes
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domingo, 6 de janeiro de 2013
A vida seria um barco bêbado.
Lunch on the Boat Artist: Joaquín Sorolla. 1898, Spain, Impressionism
O BARCO BÊBADO
(Arthur Rimbaud)
Como eu descia pelos rios impassíveis,
senti-me libertar de meus rebocadores.
Tomaram-nos por alvo os índios irascíveis
e pregaram-nos nus aos postes multicores.
Já não me preocupava a carga que eu trazia,
fosse o trigo flamengo ou o algodão inglês.
Quando dos homens se acabou a gritaria,
pelos rios voguei, liberto de uma vez.
Ante o irado ranger das marés, me lancei,
mais surdo que infantis cabeças, no outro inverno,
fugindo! E para trás penínsulas deixei
que jamais viram tão glorioso desgoverno.
A procela abençoou meu despertar marinho,
dancei como cortiça entre vagas e atóis,
que fazem vítimas no eterno redemoinho,
dez noites, sem pensar no olho vão dos faróis.
Doce como a maçã na boca de um menino,
meu lenho se encharcou do verde turbilhão,
que um caos de vômito e de vinho purpurino
lavou, e destroçou meu leme e meu arpão.
E mergulhei então no Poema do Mar,
todo de astros mesclado, e leitoso, a beber
os azuis verdes, onde, a flutuar e a sonhar
um absorto afogado às vezes vai descer;
onde, a tingir de um golpe o azul, à luz safira
dos dias, ritmos arrastados e delírios,
mais fortes que a embriaguez e mais vastos que a lira,
fermentarão do amor os amargos martírios.
Sei os céus a estalar de clarões, sei as trombas,
correntes e monções: e sei o anoitecer,
a exultante manhã qual um povo de pombas,
e vi por vezes o que o homem julgou ver.
Vi o sol-pôr manchado a místicos horrores,
iluminando longas urnas arroxeadas;
como dos mais antigos dramas os atores,
as ondas a rolar à distância, encrespadas.
Sonhei a noite verde entre neves radiosas
dar aos olhos do mar mil beijos hesitantes;
vi a circulação de seivas misteriosas
e o áureo-azul despertar dos fósforos cantantes.
Longos meses segui, tal como vacarias
histéricas, o ardor das ondas contra a areia;
sem suspeitar que os pés brilhantes das Marias
pudesse apaziguar o Oceano que se alteia.
Atingi, sabei vós, Flóridas escondidas,
os olhos da pantera ajuntando às floradas,
com pele humana. E tenso o arco-íris, como bridas,
no horizonte do mar, quais alegres manadas.
Vi fermentar pauis enormes e lameiros,
onde apodrece um Leviatã entre os juncais;
e entre bonanças desabar furiosos aguaceiros,
despencando o longínquo em golfos abismais!
Gelos, argênteos sóis, ondas, céus abrasantes!
Encalhes colossais nos mais fundos negrumes,
onde o piolho come as serpentes gigantes
que tombam da galhada entre negros perfumes.
Desejara mostrar às crianças as douradas
da onda azul, peixes de ouro, esses peixes cantantes
– a espuma toda em flor ninou minhas jornadas
e um inefável vento alou-me por instantes.
Das zonas e do pólo, às vezes, mártir exausto,
o mar, cujo soluço as fugas me adoçava,
dava-me flores de ouro e de sombrio fausto,
e eu, como uma mulher de joelhos, descansava.
Quase ilha, a balançar gritando às minhas bordas
rixas e estrumes de aves de olhos afogueados;
eu ia, enquanto pelas minhas tênues cordas
desciam, recuando, ao sono os afogados.
Eu, barco naufragado entre as marinhas tranças
pelos tufões aos ermos do éter arrojado,
cujo casco ébrio de água os veleiros das Hansas
e os Monitores não teriam resgatado;
livre, a fumar, envolto em brumas violetas,
que perfurava o céu vermelho como um muro,
que traz – confeitos deliciosos aos bons poetas –
liquens do sol e cusparadas do azul-escuro;
prancha louca, a correr entre uma escolta preta
de hipocampos, rajada a estrias resplendentes,
quando julho esboroava a golpes de marreta
do céu ultramarino os funis comburentes;
eu, que tremia, ouvindo a distante agonia
do cio dos Behemots e dos Maelstroms estreitos,
eterno tecelão da azul monotonia,
lamento a Europa dos antigos parapeitos!
Arquipélagos vi do firmamento! e as ilhas
onde em delírio os céus se abrem ao viajor,
é nessas noites que tu dormes e te exilas,
ó milhão de aves de ouro, ó futuro Vigor? –
Mas, não, chorei demais! Magoam-me as auroras.
Todo sol é dolente e amargo todo luar.
O acre amor me fartou de torpores, demoras.
Oh, que meu casco estale! Oh, que eu me lance ao mar!
Se desejo da Europa uma água, é a poça estreita,
negra e fria, onde à luz de uma tarde violeta
um menino agachado, entre tristezas, deita
seu barquinho, a oscilar como uma borboleta.
Imerso em languidez, não posso transcender
o rastro, ó vagas, dos que levam algodões,
nem dos pendões o orgulho e das velas vencer,
nem já nadar sob o olho horrível dos pontões.
(Tradução de Renato Suttana)
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Alexandre Magnos Gomes
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segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Ele faz falta...
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Alexandre Magnos Gomes
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domingo, 26 de agosto de 2012
Fruta estranha.
Thomas Shipp e Abram Smith, balançando no álamo, na fotografia de Lawrence Beitler, em Marion, Indiana.
Poema "Strange Fruit" escrito por Abel Meeropol, um professor judeu de um colégio do Bronx, condado de NY, após ver as fotos do linchamento acima, que o fotografo havia vendido várias copias para os veículos de comunicação da época.
Transformado em música, fez muito sucesso na voz de Billie Holiday, que gravou mesmo contra a vontade da gravadora Columbia Record, já que eles teriam medo de perder vendas nos estados do sul. Considerada uma das músicas do século e uma das melhores de todos os tempos, fico com a idéia do New york post, que a define como o hino da resistência negra, a La marserllesa negra.
Transformado em música, fez muito sucesso na voz de Billie Holiday, que gravou mesmo contra a vontade da gravadora Columbia Record, já que eles teriam medo de perder vendas nos estados do sul. Considerada uma das músicas do século e uma das melhores de todos os tempos, fico com a idéia do New york post, que a define como o hino da resistência negra, a La marserllesa negra.
Com vocês, Miss Holiday:
Mais aqui: http://pt.wikipedia.org/wiki/Strange_Fruit
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Alexandre Magnos Gomes
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sábado, 25 de agosto de 2012
O último passo.
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Alexandre Magnos Gomes
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domingo, 19 de agosto de 2012
Sangue latino.
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Alexandre Magnos Gomes
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quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Saudações Lupinas: Bukowski.
Hoje o Anjo caído faria 92 anos.
Uma janela de vidros espelhados
cães e anjos não são
muito diferentes.
frequentemente vou comer nesse
lugar
por volta das 2h30 da tarde
porque todas as pessoas que almoçam
ali estão particularmente arruinadas
felizes pelo simples fato de estarem vivas e
comendo feijão
próximas a uma janela de vidros espelhados
que impede a passagem do calor
e não deixa que os carros e as
calçadas cheguem no interior.
podemos tomar quanto café
de graça quisermos
e nos sentamos e em silêncio
bebemos café preto e forte.
é bom estar sentado em algum lugar
neste mundo às 2h30 da tarde
sem sentir-se carneado até o
branco dos ossos. mesmo
estando arruinados, sabemos disso.
ninguém nos incomoda
não incomodamos ninguém.
anjos e cães não são
muito diferentes
às 2h30 da tarde.
tenho minha mesa favorita
e depois de terminar
empilho os pratos, pires,
o copo, os talheres
com cuidado -
faço à sorte minha oferenda -
e lá fora o sol
segue trabalhando bem
descrevendo
seu arco
enquanto aqui dentro
reina
a escuridão.
Charles Bukowski
"O maior poeta americano"
Sartre.
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Alexandre Magnos Gomes
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domingo, 8 de julho de 2012
Feno para cavalos.
Feno para os cavalos
Gary Snyder
Ele guiava metade da noite
De muito abaixo de San Joaquin
Através de Mariposa, subindo as
Estradas perigosas do morro,
E arribou pelas 8 da manhã
Com seu baita carreto de feno
atrás do celeiro.
Com guinchos e cabos e braço
Empilhamos os fardos em cima
De vigas de sequóia espaçadas
Alto na sombra, flocos de alfafa
Rodando pelas telhas-frestas de luz,
Comichar da poeira do capim seco na
camisa suada e nos calçados.
No horário do almoço sob o carvalho
Na entrada do estábulo abafado,
---A égua velha fuçando no cocho,
Gafanhotos ziziando nos matos---
"Eu tenho sessenta e oito" disse ele
"Na primeira carga de feno eu tinha dezesseis.
Eu pensei, naquele dia em que começava,
Por certo odiaria fazer isto toda a vida.
E dane-se, não foi mais nada
O que eu fui e fiz."
Tradução Adriandos Delima
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Alexandre Magnos Gomes
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sábado, 23 de junho de 2012
Imortalidade.
Turritopsis dohrnii
Imortalidade
"Um dia, dirão: "Bukowski está morto", e daí serei verdadeiramente descoberto e pendurado em fedorentos e brilhantes postes de luz. E daí? A imortalidade é uma estúpida invenção dos vivos. Não estou competindo com ninguém, não tenho ilusões com a imortalidade, não estou nem aí pra ela. É a ação enquanto você está vivo. Os partidores se abrindo na luz do sol, os cavalos mergulhando na luz, todos os jóqueis, bravos e pequenos diabos em sua seda brilhante, indo fundo, fazendo acontecer. A glória é o movimento e a audácia. Que a morte se foda. É hoje o que importa. É hoje e hoje. Sim."
Charles Bukowski.
Não, Hank, a imortalidade já tinha sido inventada antes dos homens.
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Alexandre Magnos Gomes
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terça-feira, 1 de maio de 2012
Ainda com fome!
"Sou cidadão, sou mineiro, sou cidadão limitado por fronteiras fatais. Creio no homem, creio na justiça, creio na liberdade. Desejo que a vida de meus filhos e de todos os que vierem depois de mim seja melhor do que a minha. Desejo firmemente a utopia. Creio na utopia. Afinal, o Brasil não precisa ser permanentemente infeliz. Precisamos ter pressa e urgentemente ter orgulho do Brasil."
Otto Lara Resende,São João del-Rei, 1 de maio de 1922 - Rio de Janeiro, 28 de dezembro de 1992.
Nesse 1º de Maio, dia do Trabalho, com história de lutas contra a injustiça e o abuso das empresas, homens, contra trabalhadores, outros homens.
Há anos, 31 para ser exato, tivemos atentados com bomba, pela direita e militares, que forjavam situações contra os trabalhadores na festa do Riocentro, tentando reinstalar o terror e o medo. Hoje temos os mesmo shows, mas estamos com muitos daqueles na elite, os representantes daquela época, o movimento de forças os colocou no poder, com luta e perdas inquestionáveis, mas... Pouco mudou, e aquela festa que era representação da luta, passou a ser uma idiotização da luta, com intuito de festa ideológica e improdutiva, como se não tivesse mais nada para evoluir, a não ser as questões de classes sindicais específicas ou direitos trabalhistas individuais e egoístas sem expressão social.
Naquelas dias, Gonzaguinha disse: "No meio do espetáculo, durante o espetáculo, explodiram, eu disse explodiram duas bombas.", creio, que estas bombas serviram para fortalecer a idéia, o movimento, mas elas não mais ecoam em nossa sociedade.
E quem nos representa, e são os senhores da hora, sentam abastados sem revolta e indignação, não nego que evoluimos, mas afirmo, com a mesma convicção, que continuamos com fome.
Vamos a luta!?
Essa música e esse menestrel ainda estão vivos.
Essa música e esse menestrel ainda estão vivos.
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Alexandre Magnos Gomes
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domingo, 29 de abril de 2012
Que fazer com este absurdo?
William Butler Yeats
A TORRE
I
Que fazer com este absurdo —
Oh coração, Oh inquieto coração — esta caricatura,
Esta decrépita idade que me ataram
Como à cauda de um cão?
Nunca tive
Mais exaltada, apaixonada, fantástica
Imaginação, nem olhos e ouvidos
Que mais esperassem o impossível —
Não, nem na infância quando com cana e mosca,
Ou o mais humilde dos vermes, subia a encosta de Ben Bulben
E tinha onde passar o interminável dia de Verão.
Parece que tenho de despedir a Musa,
Eleger como amigos Platão e Plotino
Até que a imaginação, olhos e ouvidos,
Se satisfaçam com a argumentação e lidem
Com o abstracto; ou permitir a troça
Como se levasse um tacho velho nos calcanhares.
II
Caminho entre as ameias e contemplo
Os alicerces de uma casa, ou ali onde
Uma árvore, como dedo tisnado, se ergue da terra;
E para diante lanço a imaginação
Sob o luminoso dia que declina, e invoco
Imagens e memórias
De ruínas ou de árvores antigas,
Pois a todos interrogarei.
Atrás da colina vivia a senhora French, e uma vez
Quando velas e candelabros de prata
Iluminavam o escuro mogno e o vinho,
Um criado que adivinhava sempre
Todos os desejos de tão respeitável dama,
Correu e com as tesouras do jardim
Podou as orelhas de um labrego insolente
E trouxe-as num pratinho coberto.
Alguns ainda se lembravam de quando sendo eu jovem
Uma jovem camponesa por canção louvada,
Que vivia algures nessas paragens rochosas,
Louvada pelas cores do seu rosto,
E com grande júbilo ainda mais louvada,
Lembrando que, ao passar pela feira,
Os labregos se acotovelavam
Tal a glória que conferia essa canção.
E outros, enlouquecidos pêlos versos,
Ou por ela brindarem tantas vezes,
Levantavam-se da mesa e declaravam justo
Provar com a vista tal fantasia;
Mas confundiram o brilho da lua
Com a prosaica luz do dia —
A música toldou-lhes a razão —
E um deles afogou-se no grande pântano de Cloone.
Estranho; quem fizera a canção era cego;
Mas, pensando bem, não acho
Nada estranho; a tragédia começou
Com Homero que também era cego,
E Helena atraiçoou tanto coração palpitante.
Oh, podem lua e sol parecer
Um raio inextricável
Pois se triunfar tornarei os homens loucos.
E eu próprio criei Hanrahan
E ébrio ou sóbrio levei-o pela aurora
De algures junto às cabanas.
Apanhado nas armadilhas de um velho,
Tropeçou, caiu, tacteou aqui e ali
E como paga só teve os joelhos partidos
E o horrível esplendor do desejo;
Em tudo isto pensei há vinte anos:
Os amigos jogavam às cartas num velho estábulo;
E quando chegou a vez do antigo rufia
De tal modo com os dedos enfeitiçou as cartas
Que todas menos uma se transformaram
Em matilha de cães e não baralho de cartas,
E àquela em lebre transformou.
Frenético, Hanrahan levantou-se então
E as criaturas que ladravam seguiu até —
Oh, até onde já me esqueci — mas basta!
Devo evocar um homem a quem nem o amor
Nem a música nem a orelha cortada do inimigo
Podiam, em tal tormento, alegrar;
Figura já tão fabulosa
Que não resta vizinho capaz de dizer
Quando terminou o seu dia de canícula:
Um antigo dono falido desta casa.
Antes de chegar essa ruína, durante séculos,
Rudes guerreiros, com jarreteiras nos joelhos
Ou de ferro calçados, subiam as escadas estreitas,
E havia guerreiros cujas imagens
Na Grande Memória guardadas,
Chegavam aos gritos e ofegantes
Perturbando o sono daquele que dormia
Enquanto os seus grandes dados de madeira batiam no tabuleiro.
Como a todos interrogaria, pois venham todos os que puderem;
Venha o velho, indigente e aleijado;
Venha e traga o cego errante que celebrou a beleza;
O homem vermelho que o prestidigitador enviara
Para esse prados abandonados por Deus; a senhora French,
De tão apurado ouvido;
O homem afogado no lodo do pântano,
Quando Musas trocistas elegeram a jovem camponesa.
Será que velhos homens e mulheres, ricos e pobres,
Que estas rochas pisaram, que por esta porta passaram,
Em público ou em segredo se indignaram
Como agora o faço eu contra a velhice?
Mas encontrei resposta nesse olhos
Impacientes por partir;
Sim, ide, mas deixai Hanrahan,
Porque preciso das suas poderosas memórias.
Velho libertino com um amor em cada vento,
Retira dessa mente profunda e pensativa
Tudo o que no túmulo descobriste.
Pois é certo que te dás conta
De cada aventura imprevista, cega,
Que suaves olhos tentadores,
Ou carícias ou suspiros atraíram
Ao labirinto de outro ser;
Mais se demora a imaginação
Na mulher ganha ou na mulher perdida?
Se na perdida, admite que te afastaste
De um grande labirinto por orgulho,
Cobardia, alguma parva e excessiva subtileza
Ou qualquer coisa que já se chamou consciência;
E que se à memória se recorre, o sol
Entra em eclipse e o dia em extinção.
III
É tempo de fazer o meu testamento;
Escolho os homens que se erguem
Esses que sobem as correntes até
Às próprias fontes, e pela aurora
Lançam o anzol à berra
Da pedra que brota; declaro
Que herdem o meu orgulho,
O orgulho de quem
Nunca foi prisioneiro de Causa nem Estado,
Mas não aos escravos humilhados
Nem aos tiranos que humilham;
Sim às gentes de Burke e de Grattan
Que deram, podendo recusar —
Orgulho idêntico ao do amanhecer,
Quando se solta a temerária luz,
Ou o orgulho do corno fabuloso,
Ou do súbito aguaceiro
Quando secas estão todas as correntes,
Ou o orgulho dessa hora
Em que o cisne fixa o olhar
Num esplendor que se apaga,
Flutua num longo e derradeiro
Esforço pelas águas cintilantes
E canta a sua última canção.
E declaro a minha fé:
Rio-me do pensamento de Plotino
E grito na cara de Platão,
A morte e a vida não existiam
Até o homem tudo inventar,
Tudo conceber,
Tudo fazer com a sua alma amargurada,
Sim, e o sol e a lua e as estrelas; tudo,
E também a convicção de que,
Mortos, nos levantamos,
Sonhamos e assim criamos
Translunar Paraíso.
Fiz as pazes
Com sábias coisas italianas
E altivas pedras gregas,
Imaginação de poeta
E lembranças de amor,
Lembranças de palavras femininas,
Todas essas coisas de que
Um homem faz um sobre-humano
Sonho semelhante a um espelho.
Como naquela seteira
As gralhas gralham e gritam,
E amontoam raminhos.
E depois de amontoados,
A mãe repousará
Sobre o buraco ao cimo,
Aquecendo o rude ninho.
Fé e orgulho deixo
Aos jovens que se erguem
E sobem a montanha,
Para ao romper do dia
Lançar o seu anzol;
Desse metal fui feito
Antes de o quebrar
Este ofício sedentário.
Agora edificarei a minha alma,
Exigindo-lhe estudo
Numa escola sábia
Até a ruína do corpo,
A lenta decadência do sangue,
Colérico delírio
Ou torpe decrepitude,
Ou os piores males que venham —
A morte dos amigos, ou a morte
Do brilho dos olhos
Que cortava a respiração —
Parecerem nuvens no céu
Quando o horizonte se desvanece;
Ou o sonolento grito de uma ave
Entre as sombras que se afundam.
trad. JOSÉ AGOSTINHO BAPTISTA.
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Postado por
Alexandre Magnos Gomes
às
12:20
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