sexta-feira, 21 de junho de 2013

Primavera no inverno do sul.


Na Tunísia, o ato de Mohamed Bouazizi.


O que o Brasil precisa é de honestidade e coragem, honestidade de defender sua bandeira ou ideologia de maneira clara, sem ser reprimido e sem usar a violência, de ser honestamente ambicioso ou solidário, de concordar com um estado forte ou não, de não aceitar a corrupção, privada ou pública, e entender que os políticos precisam ser honestos e mostrar resultado para quem os elegeu. E a coragem porque é a mãe de todas as outras virtudes.

A revolta e o ódio que alguns demonstram também é honesta, a revolta dos esquecidos, dos que o nosso sistema político esquece e tolheu oportunidade, esfregando na cara deles os privilégios e negociatas, essa segunda cidade, que apanhar da polícia é com hora marcada, que a condução leva duas horas, para ir e para vir, e que no final do dia guarda em sua bolsa o rancor e humilhação, como em 2005 na revolta do subúrbio francês, com mais de 3.000 carros queimados em 14 dias, como em LA em 1992, como o início da primavera árabe, na imolação do tunisiano Bouazizi (na foto), a revolta de alguns é o costume com o horror, que não temos. Até essa revolta é honesta, uma pena que é assim, e não precisava. 

Mas mesmo que imperfeita, ainda prefiro a liberdade, um estado fascista e opressor é andar contra o que já fomos, e já somos mais que aquilo, agora.

Mas até para uma criança nascer ela chora, dando voz a sua indignação.



Aqueles foram...



“Aquele foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos; aquela foi a idade da sabedoria, foi a idade da insensatez, foi a época da crença, foi a época da descrença, foi a estação da Luz, a estação das Trevas, a primavera da esperança, o inverno do desespero; tínhamos tudo diante de nós, tínhamos nada diante de nós, íamos todos direto para o Paraíso, íamos todos direto no sentido contrário.”

Primeiro capítulo de “Um Conto de Duas Cidades”
de Charles Dickens, 1812-1870.

terça-feira, 18 de junho de 2013