quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Homem de nada.



A minha maior preocupação quando penso é de não ser nihilista, mas confesso que sou como os Ludistas, os quebradores de máquinas, basta quebrar o problema e teremos a solução.

Acredito que ainda é o ranço do dualismo socrático, ou da eterna luta entre o bem e o mal dos lobos da lenda índo-americana. Mas isto já não me incomoda, como diria Whitman, "Sou vasto, contenho milhões.". E assim tenho tendido ao reducionismo, ao nihilismo. Na filosofia de Tyler Durden por exemplo, que ouso assim chamar, mesmo acreditando no social, em soluções e sistemas que abarque toda uma sociedade, enfim, no coletivo. Acabo caindo no clichê da mudança individual, no homem contra ele mesmo, dentro do indivíduo. A compreensão de se estar no mundo, como extensão uns dos outros.

Em "Ontologia da Realidade", Maturana demonstra que somos mais de um, enquanto seres humanos, somos um conjunto inter-relacionado de emoção e razão, o Ponty fala que é necessário considerar o organismo como um todo para se descobrir o que se seguirá a um dado conjunto de estímulos. E junto a estes, mas bem mais perto do biólogo Maturana, os neurocientistas, somos expressão do conjunto de estruturas cerebrais e movimentos hormonais, químicos com expressão físicas. Também seria está a visão de Nietzsche, a vontade de potência, que permeia todas as coisas, animadas e inanimadas, e é quando nós, seres viventes e pensantes, nos superamos. A vontade de potência é um pathos de onde se inicia tudo, "Se se aceitar a concepção mecanicista do mundo, a 'vontade de potência' pode também ser aceita como o móvel do inorgânico." e então "Movimento". Assim, na compreensão deste lado, do que internamente nos move, no que internamente nos cria, poderemos um dia, compreendermo-nos em toda plenitude.

Olhe, Tudo pode está ali, Homem de nada!

"Quando, alguma vez, a liberdade irrompe numa alma humana , os deuses deixam de poder seja o que for contra esse homem."

Jean-Paul Sartre



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