quinta-feira, 30 de junho de 2011

domingo, 26 de junho de 2011

A glória e o poder.



"A glória é o capuz de um crime, e este crime sem o capuz é o poder"

Diógenes, o cínico.



sábado, 25 de junho de 2011

Todos os poemas têm lobos dentro XVIII.


A Base de Toda a Metafísica

Walt Whitman, in "Leaves of Grass".

E agora, cavalheiros, eu vos deixo
uma palavra
que fique nas vossas mentes
e nas vossas memórias
como princípio e também como fim
de toda a metafísica.

(Tal qual o professor aos estudantes
ao encerrar o seu curso repleto.)

Tendo estudado antigos e modernos,
sistemas dos gregos e dos germânicos,
tendo estudado e situado Kant,
Fichte, Schelling e Hegel,
situado a doutrina de Platão,
e Sócrates superior a Platão,
e outros ainda superiores a Sócrates
buscando pesquisar e situar,
tendo estudado bastante o divino Cristo,
eu vejo hoje reminiscências daqueles
sistemas grego e germânico,
deparo todas as filosofias,
templos e dogmas cristãos encontro,
e mesmo sem chegar a Sócrates eu vejo
com absoluta clareza,
e sem chegar até o divino Cristo,
eu vejo
o puro amor do homem por seu camarada,
a atração de um amigo pelo amigo,
de uma mulher pelo marido e vice-versa
quando bem conjugados,
de filhos pelos pais, de uma cidade
por outra, de uma terra
por outra.


quinta-feira, 23 de junho de 2011

Todos os poemas têm lobos dentro XVII.

Cântico negro

José Régio


"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...


Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!

O bom e velho...


Mannish Boy, Muddy Waters.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

A diversidade.



La diversité = "Liberté, Egalité, Fraternité".

Pela diversidade, igualdade e fraternidade.

domingo, 19 de junho de 2011

Saudação Lupina: José Saramago.


Saramago (*16 de Novembro de 1922 , +18 de Junho de 2010)


Poema à boca fechada

Não direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.

Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.

Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.

Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais bóiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.

Só direi,
Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo.



Um ano sem o velho sábio.

Parabéns, Chico!




A juventude revolucionária brasileira vai fazer 70 anos, vencemos a ditadura, mas caímos numa pasmaceira de engôdos e falácias e de permissividade, e isso não é piada, eu estou chorando aqui. Mas, mesmo assim, parabéns, Chico! Muitos anos de vida!

Mesmo Chico não sendo um expoente da tropicália, o único movimento importante depois disto seria o Funk dos morros cariocas? Sigamos em frente...

Livrai-nos do mal, Sartre! Amém!

“O QUE QUEREMOS, DE FATO, É QUE AS IDÉIAS VOLTEM A SER PERIGOSAS"
A Internacional Situacionista pichou nos muros em 68, na França.


Post com parceria do Amigo Hudson, parceiro no jogo ruim do Flamengo, contra o fiel escudeiro Botafogo.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Para ler: Top 100 de não-ficção.


Confesso, preciso ler mais, mais, e... Sempre.

http://www.revistabula.com/posts/listas/os-100-maiores-livros-de-nao-ficcao

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Imersos em nossa soberba.



Incrível e simbólica foto sobre a nossa ignorância e burrice de não saber tratar o lixo e o consumo desenfreado.

Mais no link do IG: http://especiais.ig.com.br/zoom/dia-mundial-do-meio-ambiente-cenas-de-reciclagem-pelo-mundo/

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Museus e o Google.





Esse belo projeto do google, Art Project, merece ser visto. São 17 museus no mundo, e com os recursos do Google, como o street view. Mas o mais arrepiante é quando você dá o zoom na resolução das fotos, na lateral esquerda embaixo. Ponto para o Google.